terça-feira, 12 de abril de 2011

Barroco no Brasil

Por Donivaldo Sousa / Erivaneide Ribeiro / Sueli Aires / Verônica Lira

O Barroco passou a inaugurar um novo período na arte européia, compreendido entre os séculos XVI e XVII, procurando superar todo o rigor e equilíbrio valorizado pelo Renascimento, substituindo-os por uma arte mais emotiva e cotidiana.
A Reforma Católica foi o fator que mais contribuiu para o advento da arte barroca, também conhecida como Contra-Reforma, centrada na Europa e América Latina, notadamente Espanha e Portugal, além de Itália e França. A disseminação do Barroco entre esses países surgiu como um meio de reafirmação de valores cristãos, através de imagens que causavam impactos e comoviam intensamente o espectador.
No Brasil, o Barroco foi introduzido no início do século XVII pelos missionários católicos, especialmente jesuítas, que trouxeram o novo estilo como instrumento de doutrinação cristã. Apesar de ter sido influenciado por Portugal, o Barroco brasileiro apresentou características próprias, pois a realidade portuguesa era de luxo, enquanto que no Brasil vivia-se um tempo de violência, de perseguição aos índios e escravidão aos negros.
A obra Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira, marca o início do Barroco no Brasil. Entre tantos outros nomes terão maior destaque neste período literário e artístico: Gregório de Matos (conhecido como Boca do Inferno), autor de várias obras satíricas. Padre Antônio Vieira, maior orador sacro da Literatura brasileira, autor de inúmeros sermões, cartas e profecias, considerados verdadeiros monumentos da Literatura barroca e da ciência política. Entre os sermões mais célebres deste mestre da retórica destacam-se o Sermão da Sexagésima e o Sermão da Quinta Dominga da Quaresma. Também não podemos esquecer nomes importantes como Padre Eusébio de Matos, Padre Antônio Botelho, entre outros
Mas como conciliar fé e razão, céu e terra, pureza e pecado, espírito e matéria, Deus e Diabo? O estilo barroco divide-se em Cultismo (voltado para o jogo de palavras) e Conceptismo (uso do jogo de ideias). Para tanto, o escritor barroco faz uso frequente em sua obra de inúmeras figuras de linguagem destacando-se entre elas, principalmente a Antítese, Paradoxo, Comparações e Hipérbatos. O Barroco é, portanto, a arte dos opostos, do dualismo, dos contrastes, que procura conciliar a concepção teocêntrica medieval com o antropocentrismo. Dessa forma, é comum encontrar o emprego frequente de frases interrogativas, para expressar claramente as incertezas que o escritor barroco vivencia, questionando-se sobre a efemeridade da vida em oposição ao mundo espiritual.


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