quinta-feira, 14 de abril de 2011

Biografia de Simões Lopes Neto

Por Donivaldo de Sousa / Sueli Aires / Erivaneide Ribeiro / Verônica Lira


João Simões Lopes Neto nasceu aos 09 de março de 1865, em uma estância, situada nos arredores de Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, onde passou sua infância. Foi membro de uma tradicional família pelotense e descendente de portugueses. Aos treze anos partiu para o Rio de Janeiro, lá estudou no Colégio Abílio e depois na Faculdade de Medicina. Por motivos de saúde, abandonou os estudos e retornou ao Sul para residir em sua cidade natal, Pelotas.
Além de trabalhar como professor, tabelião e funcionário público, Simões Lopes Neto, envolveu-se em várias iniciativas de negócios, que vieram a fracassar, como uma fábrica de vidros e uma destilaria. Depois, construiu uma fábrica de cigarros, cuja marca recebeu o nome de “Diabo”, o que gerou protestos religiosos. Fundou ainda, entre outros, uma mineradora de prata em Santa Catarina.
Em 05 de maio de 1892 Simões Lopes casou-se com Francisca de Paula Meireles Leite, o casal não teve filhos. Como escritor, incentivou a vida cultural em Pelotas, participando de iniciativas que visassem à preservação das tradições gaúchas. Atuou também na imprensa, com os jornais “A Opinião Pública” e “O Correio Mercantil”, às vezes usando o pseudônimo de João do Sul. Juntamente com Sátiro Clemente e D. Salustiano, Simões escreveu, sob o pseudônimo de Serafim Bemol, no ano de 1893, o poema em prosa e em forma de folhetim “A Mandinga”. Cuja existência de seus co-autores foi questionada, por tratar-se provavelmente de uma brincadeira do autor, que estaria usando outros pseudônimos. Além disso, também deixou obras de ficção e lendas recontadas de maneira literária.
Em vida, o escritor, publicou apenas quatro livros: Cancioneiro Guasca (1910), Contos Gauchescos (1912), Lendas do Sul (1913) e Casos do Romualdo (1914). Simões anunciou ainda algumas obras inéditas, no entanto, a única encontrada por Dona Velha, como era conhecida a viúva de João Simões, foi “Terra Gaúcha” que, embora incompleta, foi publicada em 1955. Porém, acredita-se que as outras obras citadas como inéditas, as quais não foram encontradas, eram obras que o autor ainda tinha em mente escrever.    
Simões Lopes Neto, depois de tantos fracassos nos negócios, faleceu em completa pobreza, na cidade de Pelotas, aos 14 de junho de 1916. No entanto, segundo estudiosos e críticos da Literatura, foi o maior autor regionalista do Rio Grande do Sul, pois procurou valorizar em sua obra a história do gaúcho e suas tradições. Tendo assim, alcançado sua glória literária apenas postumamente. Tornando-se, portanto, um escritor cuja obra literária ultrapassa o destino opaco do autor que a produziu.



Referencial:

Nenhum comentário:

Postar um comentário