sexta-feira, 29 de abril de 2011

Leia... reflita... e mude...

O constante
Ismael André

Hoje ao acordar mirei meus olhos ao infinito horizonte e ponderei relevar o que o ontem tinha me feito e, eu respondi com a ganância opulência de reinar.
Imaginei ao nascer do Sol radiar como ele, a mesma energia na ofuscante plenitude do horizonte, buscando insensatamente respostas para a audácia imponente do animal racional... mas tudo foi insolência minha.
Com tanta petulância, vi os pássaros ostentar a alegria do dia como fonte de vida, consternando o contraditório ser que diz racional, mas que é tão inconseqüente.
O brilho do sol aos poucos enchia meus olhos de luz e o que me era crespusculoso apresentou-se lucidamente.
O aroma de um novo dia começou a se transformar num irritante e hostil ar humanizado, artificial.
O dia foi se apresentou:
- Olá! Eu sou a razão de sua vida neste momento que reluz no horizonte a estrela que dá luz, que dá vida!
E eu observando, boquiaberto, lesado por uma extrema verdade, que conhecia e não sabia. Pode isso ocorrer? Sei lá, mas ocorreu. Que pasmado! – imaginei me auto instituindo um verbete sem vocábulo.
Continuei no caminhar, vendo o que sempre vi, só que de forma brutalmente exibida, sem nenhuma tolerância para com a moral assistida, discernida e permeada por tanto tempo pela sociedade. Parecia está em outro mundo. E que mundo!
Eu vi morrer pessoas, animais, plantas, quando ainda não era sua hora. Vi homem matar semelhantes como se mata um animal para saciar sua fome. Pior que isso, matar seu parente, ser de sua própria genética, sem titubear. Matar como mero prazer de seu ser.
Vi desastres jamais registrados. E o racional “irracional” dizendo:
- tudo isso é normal; toda vida isso ocorreu; foi sempre assim.
Vi construindo moradias e destruindo habitats. Contraditório? Mas é contraditório.
Vi o homem poluindo, queimando, extraindo sem dó e sem piedade tudo o que era natural, por mero poder de dizer:
- POSSO! É meu.
Eu vi o homem comprar a sua própria morte, o seu próprio caixão, a sua própria negação enquanto ser.
Eu vi fome em tamanha escala que horrorizava olhar pra si e reconhecer-se como ser humano. Sincronicamente ocorria com a riqueza exacerbada, delinqüente, que abrangia e dominava o coração de poucos, acusando e usando os miseráveis de não tê-la porque não queriam.
Vi misérias maiores ainda, guerras, tantas melancolias que enchia meus olhos de fraqueza. Horrorizava-me.
Eu vi a cada segundo de hoje a extrapolação no sistema natural, edificando artificialmente e extinguindo seu relance de esplêndido gozo de se apresentar.
Eu vi. Pior que isso. Vivi, contribuí para a minha própria flagelação.
No fim do dia, o dia me aferiu:
- Meus pêsames por sua própria vida. Destruísse a mim, achando que se fazia oásis no recôndito da sua alma. Egocêntrico é o seu nome natural. Homem é o seu nome artificial. Aquilo que é artificial é uma mentira. Você Homem é uma mentira.
Disse e foi embora. Nem sei se volta.

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